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A MÃO QUE LIBERTA: APROPRIAÇÃO E SUBJECTIVAÇÃO


Quarta-feira, 21 de março às 18h
Auditório do Museu Colecção Berardo – Entrada Livre

Abstract

Desde a reprodutibilidade técnica, da fotografia e do cinema, até ao digital e às bases de dados cibernéticas, a cultura e a arte contemporâneas têm explorado aquilo que, por um lado, é a hipótese de constituição de um arquivo universal, que tudo armazena e operacionaliza e, por outro, se apresenta como uma cultura da pós-produção que, trabalhando esse arquivo, se baseia em processos de apropriação, reutilização e recontextualização.

Se, na procura de categorizar esta tendência, um certo discurso crítico insistiu na morte do autor, na ideia de obra aberta ou na crítica do consumismo, o que pretendemos focar nesta conferência é a cultura da apropriação como um exercício de subjectivação – a abertura de uma falha através do gesto de reclamar para si o que já foi estabilizado.

Em certa medida, retomamos aqui o que Walter Benjamin considerou ser o coleccionismo, enquanto disposição que liberta os objectos do carácter instrumental da História (ou do seu elemento cínico).

Neste sentido, procuramos pensar a cultura da apropriação como uma matriz especulativa que expõe a História ou, mais especificamente, o passado como qualquer coisa incompleta e potencialmente heterogénea em relação ao que foi reificado e inscrito.

No limite, trata-se de questionar a cultura da pós-produção como uma perpétua e inacabada cultura da pré-produção.

Conferencista

Manuel Bogalheiro é Professor nos cursos de Ciências da Comunicação na Universidade Lusófona do Porto, na qual dirige o Doutoramento em Arte dos Media.

É Doutorado em Ciências da Comunicação – Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias pela FCSH-UNL. Investiga e publica nas áreas da Filosofia da Técnica, da Teoria da Cultura e da Estética