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Paulo Tavares, editor executivo da TSF, participa em aula de seminário de Jornalismo do curso de CCC

Paulo Tavares explica as dificuldades no acesso à profissão de jornalista

No dia 23 de maio de 2016 a aula de Seminário do Jornalismo do 3º ano do curso de Ciências da Comunicação e da Cultura,  ramo de Jornalismo,  contou com mais um jornalista convidado, desta vez Paulo Tavares, que atualmente exerce o cargo de editor executivo na TSF.

O objetivo desta sessão, integrada no programa da cadeira de Seminário do Jornalismo, que é lecionada pelo professor Carlos Andrade no terceiro ano do curso de Ciências da Comunicação e da Cultura na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, era esclarecer as dificuldades que os jovens poderão encontrar no acesso à profissão de jornalista, independentemente do seu grau académico.

Desde o dia em que entrou para a TSF, Paulo Tavares já fez quase todo o tipo de trabalhos na redação, sendo um jornalista muito experiente e com bons conhecimentos nesta área.

Antes da intervenção do jornalista, o professor Carlos Andrade explicou aos alunos um pouco da história da TSF, que é uma rádio privada que nasceu sob o impulso de uma cooperativa de jornalistas.

A direção desta rádio costuma divulgar anúncios para os jovens que pretendam fazer jornalismo radiofónico, escolhendo apenas os que melhor se adaptam a esta área.

A TSF nasceu em 1988 e começou o seu funcionamento no tempo das rádios-piratas, numa altura em que só existiam dois canais de televisão em Portugal: a RTP1 e a RTP2.

Só em 1989 viria a ser fundada, e posteriormente legalizada, podendo ser ouvida em praticamente todo o país, inclusive na Madeira e nos Açores. Esta estação de rádio tem apostado fortemente na cobertura de emissões em direto, o que de certa forma intensificou o ritmo dos trabalhos na redação. Todas estas informações estão presentes no livro Tudo o que se passa na TSF, escrito por João Paulo Menezes em 2003.

Pouco depois, começou a intervenção do jornalista Paulo Tavares.

Em 1992 concluiu a licenciatura na Universidade Nova de Lisboa, e a partir daí viu a TSF como uma boa oportunidade no mercado de trabalho, tendo integrado a equipa da redação a partir de 1993.

O jornalista afirma que nos dias de hoje é possível encontrarmos redações exigentes, oferecendo salários-base e equipas bem constituídas.

Mas, por outro lado, também é possível encontrarmos pessoas que não tenham disposição favorável nem um mínimo de atenção e paciência perante os jornalistas.

Um dos primeiros trabalhos de Paulo Tavares diz respeito à lei da migração, que atualmente está a sofrer alterações.

No seu entender, é comum encontrarmos estagiários que sabem levar o trabalho nas redações muito a sério, fazendo pesquisas rigorosas dos temas que deverão ser incluídos nas notícias, para além de terem uma grande participação ativa nas reuniões de direção da redação.

Esta conversa serviu de pretexto para falar de outro jornalista ao serviço da TSF, de nome João Alexandre, que esteve muito tempo na secção dedicada ao trânsito, tendo posteriormente feito outros trabalhos relevantes no mundo da rádio.

De maneira a estarem bem informados, os jornalistas costumam ler muitos jornais e ver e ouvir muitas notícias.

O jornalista Paulo Tavares deixou um conselho aos alunos do curso de Ciências da Comunicação e da Cultura: “As coisas estão nas vossas mãos.

Não esperem de quem vos está a receber, pois dependendo da situação podem vir a ser bem recebidos ou mal recebidos”.

Claro que, para aguentar estas pressões psicológicas, a redação da TSF costuma oferecer formação contínua para quem está por lá a exercer funções.

Normalmente, a TSF tem uma equipa-base com 4 pessoas, embora nas equipas de turno muitos jornalistas optem por trabalhar no escritório em vez de fazer reportagens no terreno. A verdade é que, para o jornalista da TSF, se não fossem os estagiários provavelmente ninguém iria assumir o tempo de antena na rádio.

Depois de integrar a equipa da TSF, Paulo Tavares ainda teve de fazer algumas cadeiras de jornalismo, sendo a maioria delas opcionais.

Por fim, Paulo Tavares diz que não tem nenhuma hora para entrar nem sair da redação.

Para o jornalista e editor executivo da TSF, “o trabalho na redação é só mesmo para quem gosta.

Hoje, já não existem turnos à noite na TSF”.

Houve ainda tempo para falar do Riber, um jornalista que depois da revolução do 25 de Abril trouxe um modelo francês no qual afirma que, em princípio, qualquer voz é boa para comunicar, influenciando muito o modo como são feitas as notícias na rádio e “fazendo a notícia como, de facto, já estivesse feita”, conforme salientou o professor Carlos Andrade, numa alusão às aulas de Jornalismo Radiofónico no primeiro semestre.

A propósito de um exemplo de notícias sobre automóveis dado na aula anterior, sobretudo em relação aos conflitos que podem vir a surgir com as marcas, o professor Carlos Andrade salientou que um jornalista pode fazer todo o tipo de conteúdos na redação, embora isso possa gerar custos em relação aos contactos previamente estabelecidos.

Notícia escrita por Ruben Ramalho, estudante do 3º ano da licenciatura em Ciências da Comunicação e da Cultura – DCC/ECATI