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Notícias

II Seminário Internacional (XI Nacional) MCATA/DCC/ECATI/ULHT

“Musicografia Braille e Equidade na CPLP”
28 e 29 de junho de 2019 – Auditório Professor Agostinho da Silva/ULHT
Para que a História Registe e os Tempos da ‘Vida como a Música’ não Esqueçam

Atenção: Por razões logísticas de última hora, o evento em referência teve de mudar para o Auditório Agostinho da Silva, no mesmo horário e programação.

Trata-se do corolário do “Curso de Musicografia Braille e Educação Musical Inclusiva na CPLP” (Primeiro Curso do género a distância no mundo (com a duração de 120 horas), em funcionamento a partir da Plataforma Musibraille na UFRJ), no âmbito do Pós-Doc em Ciências da Comunicação, com o título “Musicografia Braille e Equidade na CPLP” e em elaboração pela Professora Doutora Dolores Tomé no CICANT da ECATI/ULHT, em parceria com o Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva, Tecnoassis, do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais da UFRJ e a Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes da Educação Especial em Portugal.

Programa Cartaz

O homem encontrou na sua experiência quotidiana, na mais remota ancestralidade, desde a simplicidade à complexidade comunicacional e também sociocomunicacional, a arte de se exprimir através de sons, assim evidenciando em partilha os seus sentimentos, impressões e as mais belas manifestações em comum, plasmadas na arrebatadora sublimidade da música.

“A arte do belo movimento” (para Santo Agostinho) e, muito antes, no conceito de Platão, “a Música dá alma ao universo, asas ao pensamento, impulso à imaginação, encanto à tristeza, alegria e vida a todas as coisas”.

A música é esse belo veículo e arauto sociocomunicacional e sociocognitivo que valoriza a diversidade e promove a equidade.

Muito sucintamente, pode entender-se a grafia braille para a música ou musicografia braille como o conjunto de símbolos braille e regras de aplicação utilizados na escrita da música.

A música, como arte e ciência de exprimir sentimentos ou impressões por meio de sons, tem vindo a ser injustamente abandonada no horizonte cognitivo e sociocognitivo das pessoas cegas, quanto à sua representação e interpretação musicográfica, devido, infelizmente e sobretudo, à estranha persuasão de certos profissionais e decisores normovisuais.

Mas a História da Música (com tantos músicos cegos célebres a integrá-la!) é a indómita força elucidativa sobre a primeira forma de inclusão profissional e em convívios sociais de cidadãos cegos, como músicos (atuando desde tempos muito recuados em eventos régios e em igrejas), os quais, nesta génese da inclusão, o conceito de equidade não pode deixar de consubstanciar no seu alcance.

Com o empenho e desempenho científico neste Pós-Doc e nos resultados consubstanciados nos eventos em concretização, já estão a ser atingidos significativos objetivos, designadamente como:

  1. Facultar o ensino da musicografia braille a pessoas cegas e normovisuais, e dar a professores de música cegos e normovisuais a possibilidade de, ao mesmo tempo, poderem igualmente interagir uns com os outros em contexto musical, embora utilizando formatos musicográficos diferentes sob o ponto de vista sensorial, mas compatíveis entre si em acessibilidade e usabilidade, simultaneamente para o tato/audição e para os olhos, em Portugal e na CPLP.
  2. Homenagear a música como a primeira naturalidade, e em tempos recuados, de manifestações da sociedade (em estabelecimentos régios e eclesiásticos) no aceitarem cidadãos cegos, no caso músicos cegos, naquelas comunidades num aparente espírito de inclusão em equidade, embora sob a comiseração dos tempos.
  3. Dotar a grande maioria de bons músicos cegos no país e na CPLP com a necessária formação musical em musicografia braille, também com recurso ao Musibraille.
  4. Evitar que o professor de educação musical (normovisual, mas que também pode ser cego) no ensino regular e nas diferentes escolas de música, em Portugal e nos Países da CPLP, se recuse a receber e a ensinar alunos cegos pelo facto de desconhecer a musicografia braille, transmitindo-lhes o conteúdo de uma partitura como o faz para os alunos que veem.
  5. Justificar, em equidade, a utilização da informática e dos diferentes dispositivos técnicos para apresentar as partituras musicais em linha braille/ecrã tátil e/ou em ecrã áudio/visual ou para impressão em braille, recorrendo-se a estes dispositivos/programas especializados, que incorporam funções específicas para a leitura e produção musical em computador ou para a transcrição de Musicografia Braille, assim garantindo a plena informação e comunicação musicográfica nos cursos de música entre professores e alunos cegos em Portugal e na CPLP.
  6. Promover a inclusão escolar dos alunos cegos que também frequentam a unidade curricular Educação Musical (no ensino regular) em Portugal e na CPLP, com recurso ao Sistema Musibraille (bem como a outras complementaridades tecnológicas), que constitui um passo significativamente importante neste processo de ensino musicográfico a pessoas cegas e normovisuais, numa perspetiva inclusiva de educação musical, sendo essa invenção e implementação no Brasil, em Portugal e agora a estender-se também à CPLP, que motivou o promissor “Curso de Musicografia Braille e Educação Musical Inclusiva na CPLP”, no âmbito científico do Pós-Doc em referência.
  7. Sensibilizar a opinião pública e os media, a sociedade, as instituições e o Estado para a necessidade urgente de se enquadrar o ensino obrigatório da Musicografia Braille nas Escolas de Referência, nos Conservatórios e Escolas de Música oficiais, entretanto com especial enfoque e premência em Portugal.